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sábado, 9 de abril de 2011

A Polêmica sobre a liberação do aborto e União Homossexual

A Polêmica sobre a liberação do aborto e União Homossexual

September 16th, 2010 | Author: Samuel Bonatto

Aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo. Os dois temas parecem deixar os candidatos à presidência da República constrangidos quando interrogados sobre o que pensam a respeito dos assuntos. O presidenciáveis José Serra (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) revelam como se posicionam sobre tais so temas em recentes entrevistas. Religiosa, a candidata do partido verde é quem sustenta as posições mais conservadoras.

Recentemente, em plena semana do “Orgulho Gay” – com direito a 3,2 milhões de pessoas na Parada LGBT de São Paulo (6/6), cujo tema era “Vote contra a homofobia – defenda a cidadania!”-, Marina Silva (PV) disse, em entrevista ao UOL, não ser “favorável ao casamento entre pessoas do mesmo sexo”. A declaração irritou os integrantes dos movimentos LGTB de todo o país a ponto de a candidata verde, mais tarde, em entrevista ao Portal Terra, amenizar a situação informando que vê o casamento como um “sacramento”, mas se disse favorável à união civil “de bens” entre pessoas do mesmo sexo.

Frequentadora da igreja Assembléia de Deus, se eleita, garantiu, não usará o governo “para fazer proselitismo religioso”. Ela disse ainda não ter opinião formada sobre a adoção de crianças por casais homossexuais. “Eu não tenho competência técnica para ter um olhar em relação a essa questão, afirmou ela que também se disse contrária à descriminalização do aborto. Mas, nessa questão, assegurou, irá realizar plebiscito.

Quando perguntado sobre a união homoafetiva, em sabatina da Folha de São Paulo, no dia 21 de junho, o candidato José Serra se aproximou das posições defendidas por Dilma Rosseff. O ex- governador de São Paulo se mostrou não só a favor da união civil, mas também da adoção de crianças por casais homossexuais. “Tem tanto problema grave de crianças abandonadas no Brasil. Isso vale para qualquer tipo de casal, qualquer tipo de pessoa. Não vejo por que não aprovar isso”. Sobre o aborto, no entanto, o tucano pula para o lado da candidata verde. Serra Afirmou que não mexeria na atual legislação. “Liberar o aborto criaria uma verdadeira carnificina no país”.

No mesmo caminho, a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse em entrevista ao programa Roda Viva, que é favorável à união civil de pessoas do mesmo sexo e que é contra alterações na atual legislação que regula o aborto. “Sou a favor da união civil. Acho que a questão do casamento é religiosa (…). Direitos civis básicos, direito à herança e a receber a aposentadoria do parceiro, são direitos civis e devem ser reconhecidos de forma civil”, afirmou. Quanto ao aborto, ela defende que nos casos previstos em lei (estupro e risco de morte para a mãe), a mulher deve ser atendida pelo serviço publico. “Sempre digo uma coisa: não acredito que tenha uma mulher que seja a favor do aborto. “É uma coisa esquisitíssima, absurda supor que uma mulher seja a favor do aborto, disse, e completou: “Temos uma legislação no Brasil sobre essa questão e sou a favor de mantê-la. O que acho é que mulheres enquadradas naquela situação têm direito de fazer na rede pública, e se tem de tornar isso acessível. Senão fica a seguinte situação: mulheres ricas têm acesso a clínicas, mulheres pobres usam a agulha de tricô”.

Dilma e Serra, ao contrário de Marina Silva, não querem perder o bonde da história. Os dois candidatos que, atualmente disputam voto a voto, assumem posição favorável aos direitos dos gays, seguindo orientação de grande parte dos brasileiros, segundo recente pesquisa da datafolha. Ana lembra que, de acordo com o estudo, o Projeto de Lei de união civil de pessoas do mesmo sexo (hoje parado no Congresso Nacional) tem a oposição de apenas 45% dos brasileiros. Dos que aceitam a medida, 39% apoiam plenamente a proposta de união civil e 14% são indiferentes.

“A Igreja Católica vem marcando fortemente sua posição contraria à legalização da união civil entre homossexuais e o Vaticano desenvolve uma campanha mundial contra a legalização da medida que daria aos casais gays direitos semelhantes aos dos héteros, pedindo aos políticos católicos de todo o mundo que se pronunciem. Mas a sociedade brasileira demonstra autonomia nas suas opiniões sobre o tema e, a cada dia ampliam opiniões favoráveis de intelectuais , lideranças politicas, e jurídicas favoráveis à união civil entre pessoas do mesmo sexo”.

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